Estima-se que os transtornos de humor e ansiedade perinatal afetem 20-25% das mulheres. São, assim, a complicação mais comum no que toca à gravidez e ao parto. “E esta, hein?” No entanto, pouco ou nada são falados, avaliados ou despistados pelos profissionais de saúde que assistem a mulher grávida ou puerpera, e a oferta de apoio no SNS é escassa. Mesmo a nível privado, a recomendação médica de buscar apoio psicológico não é comum, sendo muitas vezes a mulher ou a sua família a tomar a iniciativa de procurá-lo.
Os sintomas de Depressão Pós-parto, Ansiedade, Síndrome de Stress Pós-traumático, entre outras, podem aparecer até 12 meses após o parto, e afetam a mulher mas também a sua relação com o bebé, vida familiar, laboral.
Todo o tema está ainda envolto em desvalorização, sentimento de culpa, vergonha ou de “ter de aguentar”. É urgente desmistificar e normalizar para facilitar os pedidos de ajuda e de se chegar ao apoio necessário. Apesar do turbilhão do pós-parto, que é duro e exigente para todas nós, não é normal nunca conseguires dormir, ter pesadelos com o parto, não conseguires cuidar de ti ou do teu bebé, estar em constante estado de alerta ou tristeza profunda. Procura ajuda, oferece ajuda
Artigo escrito por: Joana Martins, Psicóloga
Comments